domingo, 3 de julho de 2011

O Cotidiano em Roma - Problemas habitacionais

1.0 Problemas habitacionais

Os romanos conseguiram construir um império imenso. Nem por isso, puderam proporcionar condições de vida satisfatórias a todos os seus habitantes.
O conforto e a civilização existentes na época eram partilhados exclusivamente pelas classes sociais abastadas, que eram a minoria. A maior parte dos habitantes de Roma ocupava um espaço doméstico medíocre, desde o tempo dos reis até a época dos imperadores.

1.1 Casa romana

As primeiras moradias romanas eram simples cabanas circulares cobertas com palha e possuíam, apenas, uma porta de entrada.
A forma circular ou quadrada que tinham as primeiras residências foi sendo, com o passar do tempo, substituída por uma planta retangular. O número de cômodos inicialmente um só, também sofreu alteração.
“Átrio” era como os romanos designavam, inicialmente, a dependência única que existia em suas casas. O tablinum era uma dependência que passou a ser edificada atrás do átrio, era uma espécie de estúdio ou escritório, e também o lugar onde a família se reunia.

Átrio: parte principal da casa
Tablinum: local em que ficava o chefe de família, espécie de estúdio ou escritório, e também o lugar onde a família se reunia. Era como uma sala de estar.
Peristilo: um local rodeado de colunas em torno de uma área descoberta.
Triclínio: foi o lugar no qual as refeições passaram a ser servidas, tornando-se verdadeiras salas de jantar. Os homens comiam em leitos e as mulheres em cadeiras.
Culina: cozinha da casa.
Cubiculum: quartos.

Na época da república, a habitação romana já apresentava um aspecto bem mais sofisticado. Além do átrio e don tablinum possuía também outras dependências: o peristilo (local rodeado de colunas, em torno de uma área descoberta) e o triclínio (lugar no qual as refeições passaram a ser servidas).
As conquistas romanas no Oriente contribuíram para que as casas passassem a ser cada vez mais luxuosas.
No período republicano, as casas começaram a apresentar cobertura com telhas, revestimentos de mármore, pinturas, mosaicos, jardins nos fundos.
Mais tarde, no tempo do império, o luxo veio a se tornar ainda mais refinado, chegando muitas casas a contar com aquecimento central e acabamento não só com mármore, mas até com ouro, marfim e pedras preciosas.
Geralmente construídas em um só andar, as casas romanas avançavam até a rua, mas não tinham janelas voltadas para ela. Com isso a iluminação natural era muito deficiente.

1.1.1 A iluminação

Os romanos usavam tochas embebidas em gordura, velas de cera e sebo, além de lamparinas a óleo com mechas de estopa impregnadas com cera.
As luminárias que existiam nas casas dos mais ricos apresentavam as mais variadas formas, como a de estátuas douradas. Eram usadas também lanternas feitas de chifre, de vidro ou pele de boi.
Os mais pobres usavam velas, tochas ou lamparinas fumarentas a óleo, que mal conseguiam eliminar a escuridão.

1.1.2 O quarto

Os quartos nas residências construídas em Roma tinham, geralmente, pequenas dimensões, cabendo neles apenas a cama, uma arca ou baú, uma cadeira e um urinol.

1.1.3 Jardim

Os jardins romanos localizavam-se nos fundos das residências e eram muito bem-cuidados.

1.2 As insulas: os arranha-céus antigos

            Em Roma, à medida que a população foi aumentando, agravou-se bastante o problema habitacional, a volumosa população atingiu altos níveis de concentração.
            Uma solução encontrada pelos arquitetos foi a construção de insulas, que eram edificações enormes, ocupavam área equivalente a um quarteirão e alcançavam grande altura.
            As insulas tinham alicerces fracos e paredes frágeis, por esses motivos sua segurança deixava a desejar. Externamente, as insulas tinham fachada uniforme, recortada por um grande número de janelas. Nos pavimentos térreos das insulas, existiam lojas abertas para a rua.
            As ínsulas, habitadas geralmente por pessoas mais pobres, ofereciam condições de habitação muito precárias. Não tinham banheiros e também não possuíam cozinha.
            O uso e aquecedores portáteis e fogões também colaborava para que o perigo de incêndio fosse sempre iminente.
Mesmo sendo uma solução urbana de tão duvidosos resultados, as insulas se multiplicaram muito durante o império. Chegaram mesmo a superar de longe, em número, as casas existentes em Roma.
            Haviam também “vilas”(pesquisar).

1.4 O interior das casas romanas

            A parte interna das casas mostrava, nos primeiros, tempos uma simplicidade muito grande. No início do período republicano, a impressão de nudez dos ambientes domésticos ainda prevalecia.
Na etapa final da república, apareceram em Roma, pela primeira vez, móveis orientais fabricados com madeiras preciosas, apresentando incrustações de marfim, enfeites de bronze, ouro e prata.
            A partir do império, o luxo tornou-se maior e o mobiliário passou a ser mais abundante.
            Os romanos não usavam as camas apenas para dormir, mas também para ler, escrever e meditar.
            Os móveis mais bonitos das casas romanas eram as mesas, que junto com móveis baixos e prateleiras, existiam principalmente para servir de suporte para objetos preciosos.
            Outros móveis comuns nas casas ricas dos romanos, na época do império, eram os armários de madeira ou de metal, como também arcas e baús para guardar roupas de cama. Nas cozinhas, os utensílios utilizados pareciam-se bastante com os de nossos dias, como as panelas, conchas e facas.
            Muito comum foi o uso de odres e de ânforas, que serviam para armazenagem de líquidos, especialmente vinho, que era fervido antes de ser guardado.
            Os copos, nas casas dos pobres, geralmente eram de argila, mas os poderosos possuíam-nos de ouro, de prata e até mesmo feitos inteiramente de pedras preciosas. Braseiros portáteis, baixelas de vapor, tapetes e ornamentos os mais delicados também eram de uso comum nas dependências dos romanos mais ricos.

sábado, 2 de julho de 2011

Civilização Bizantina

IMPÉRIO BIZANTINO
O Império Bizantino surgiu a partir de disputas internas pelo poder e invasões estrangeiras que abalaram o Império Romano resultando na sua divisão, e a parte do Império Romano do Oriente passou a ser chamada de Império Bizantino. 

A sede desse Império era Bizâncio, fundada pelo rei Bizas. Vários povos instalaram-se lá por causa da faixa de água que ligava a Ásia à Europa e o Mar Negro ao Mediterrâneo, que era um caminho importante de rotas comerciais.





Bizantino hoje significa velho, inútil, mas há 1100 anos atrás o Império não foi só o salvador da lei e da literatura, como foi quem acelerou o cristianismo e nos deu artesãos, construtores e artistas que iluminaram a Renascença. Tudo isso de acordo com as previsões do grande imperador Constantino, que entre os grandes charlatões da história que se qualificaram usando Grande, Constantino realmente o mereceu. Foram construídas novas estradas, casas, igrejas, muralhas e outras edificações, inaugurada mais tarde por Constantino, chamando-a de Nova Roma. Mas para o povo, a cidade era conhecida por Constantinopla em homenagem ao seu fundador. Logo depois voltou a ser chamada pelo seu nome grego, Bizâncio. E depois quando foi conquistada pelos turcos recebeu o nome de Istambul, que permanece até hoje.

 Nova Roma/Constantinopla
 Istambul


O ELEITO DE DEUS
O Governo de Constantino seria marcado por uma distinção, diferente dos seus antecessores, ele se aliaria a outro grande líder, seu nome era Jesus Cristo. O governo bizantino era considerado despótico e teocrático os imperados – conhecidos como Basileus- autonomeavam-se representantes de Deus na terra. Eram considerados sagrados e exerciam o poder absoluto em nome de Deus. O imperador tinha poderes ilimitados sobre quase todos os aspectos da vida social. Além disso, era visto por seus súditos como o "vigário de Deus" com autoridade religiosa equiparada a autoridade política.  

O ESPLENDOR DO IMPÉRIO BIZANTINO
Após a morte de Constantino, muitos outros imperadores marcaram o Império como Valens, Theodosius II, mas o auge do Império ocorreu durante o comando de Justiniano que conseguiu atravessar a Idade Média como um dos estados mais poderosos do Mediterrâneo. Justiniano chegou ao trono graças ao apoio do seu tio general Justino que havia se tornado imperador por meio de golpe militar. A mulher de Justiniano, Teodora, era quem determinava muitas decisões tomadas por ele.
            No poder, Justiniano preocupou-se com a codificação do Direito Romano. Nasceu assim o Corpus Juris Civilis, elaborado por uma comissão de juristas nomeados por Justiniano. Nesse monumento jurídico, toda a legislação romana foi revista, corrigidas as omissões e suprimidas as contradições. O jurista Triboniano dirigiu os trabalhos, que resultaram na edição de um Corpo de Direito, dividido em quatro partes: Digesto, Institutas, Novelas e Pandeclas. Essa obra sobreviveu ao Império Bizantino, servindo de base para quase todas as legislações modernas.

ECONOMIA DO IMPÉRIO BIZANTINO
A mais lucrativa atividade econômica do Império Bizantino era o comércio. A privilegiada localização de Constantinopla colaborou para o desenvolvimento comercial do império. Entre os mais importantes produtos comercializados podemos citar perfumes finos, tecidos de seda, porcelanas e peças de vidro. Esses artigos de luxo asiáticos eram comprados a peso de ouro pela população européia mais rica. O comércio contribuiu para que o Império Bizantino tivesse uma vida urbana movimentada. 
            Por meio dos seus funcionários, o governo bizantino controlava as atividades econômicas, supervisionando a qualidade e a quantidade da produção. As oficinas privadas de artesanato estavam distribuídas em corporações de ofícios. Essas corporações eram formadas por oficinas de artesanato de um mesmo ramo, como carpintaria, tecelagem ou sapataria. O próprio Estado bizantino era dono de negócios de pesca, metalurgia, armamento e tecelagem.
            Na agricultura, a maior parte da produção provinha das grandes propriedades agrárias (os latifúndios). Os principais donos eram os mosteiros e a nobreza fundiária (proprietária de terras), formada por militares que haviam recebido terras como recompensa por serviços prestados ao imperador. Quase todo o trabalho era feito pelos servos, que dependiam da terra para viver. Uma das maiores fragilidades da economia bizantina era sua limitada capacidade de produção agrícola. Mesmo com mais ou menos 90% da população vivendo no e do campo ainda havia escassez de abastecimento.

CULTURA DO IMPÉRIO BIZANTINO
·         Influência helenística;
Por ser próxima da Grécia, recebeu forte influência da cultura helenística, adotando o grego como sua segunda língua. Povos de diferentes etnias chegavam a todo o momento à Constantinopla, tornando-a um celeiro cultural.
·         Arquitetura;
A Arte expressou-se particularmente na edificação de igrejas, mosteiros e palácios, refletindo a sua subordinação à religião e ao Estado. Das construções civis (palácios, aquedutos etc.) quase nada restou, mas não ocorreu o mesmo com os templos, muitos dos quais sobreviveram até hoje. As igrejas bizantinas apresentavam construções de abóbadas múltiplas e formas variadas (planos quadrados, octogonais, em cruz grega etc), mas sua originalidade estava no emprego de cúpulas e na singeleza do exterior, contrastando com a suntuosidade da decoração interior, onde sobressaíam os mosaicos dos vitrais, paredes e tetos. A arquitetura bizantina reflete esse caráter autocrático hierárquico: nas basílicas bizantinas, havia uma preocupação muito grande em dividir o espaço interno, marcando nitidamente o lugar de cada membro. A introdução da cúpula arredondada intensificou ainda mais essa hierarquização do espaço, medida que “coroou” o altar onde o sacerdote oficializava a missa. O templo mais famoso é a Basílica de Santa Sofia, em Constantinopla, com monumental cúpula sobreposta a uma construção quadrada.
·         Mosaicos;
Uma das característica da arte bizantina são os mosaicos, que consistem em inúmeros pedaços de pedra e vidro coloridos, e recobertos por ouro em folha. Apresentavam figuras de animais, plantas, dos imperadores ou cenas bíblicas. Outra característica da arte bizantina foram os ícones, que são representações sacras pintadas sobre um painel de madeira.
·         Pintura;
A Pintura, essencialmente decorativa, manifestou-se em afrescos representando santos e anjos, os dirigentes etc., cujas figuras geralmente são estáticas com fisionomias que apresentam linhas de sofrimento, benevolência e misticismo.
·         Esculturas;
A Escultura foi igualmente decorativa. Baixos-relevos de construções, trabalhos em marfim (capas de livros, por exemplo) e ícones constituíram as formas mais desenvolvidas.
·         Literatura;
A atividade literária, realizada inicialmente em latim e depois em grego, teve uma produção rica em variedade, qualidade e quantidade. Escritos em prosa ou verso, os manuscritos freqüentemente eram ilustrados com iluminuras, em que os artistas davam asas à imaginação para a concretização da ilustração, ou subordinavam-se à rígida e severa orientação da Igreja.
·         Música e Dança;
A música tradicional bizantina está associada ao cântico sagrado medieval das Igrejas que seguiam o rito constantinopolitano. A música bizantina incluiu uma rica tradição de música instrumental da corte e dança. É composta de textos gregos para festas, cerimônias, ou músicas da Igreja. As danças aprovadas pela Igreja eram danças de grupo, normalmente procissões ou círculos em que os homens, separados das mulheres, realizavam solenes movimentos decoros no temor a Deus.
·         Legado;
As artes, código de leis, alfabeto cirílico, desenvolvimento do comércio marítimo, preservação das obras literárias dos antigos gregos e romanos.

SOCIEDADE DO IMPÉRIO BIZANTINO
A sociedade bizantina era fortemente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Abaixo destes estava o alto clero. A elite era composta por ricos fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas artesanais. Uma camada média da sociedade era formada por pequenos agricultores, trabalhadores das oficinas de artesanato e baixo clero. As camadas pobres eram compostas pela maioria da população camponesa, servil e escrava.
·         Imperador e sua família;
·         Nobreza:
o   Assessores do rei;
·         Alto clero;
·         Elite:
o   Ricos fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas artesanais;
·         Camada média:
o   Pequenos agricultores, trabalhadores das oficinas de artesanato e baixo clero;
·         Camada pobre:
o   Maioria da população camponesa, servil e escrava;





 COTIDIANO NA CIDADE DE CONSTANTINOPLA
·         As ruas de Constantinopla;
Conviviam ricos e pobres, sem que houvesse diferenciação de locais para a construção de moradias. Era comum existirem quarteirões residenciais elegantes rodeados por sobrados de madeira, ocupados por grupos médios ou ainda por pequenos casebres, pertencentes aos trabalhadores pobres.

·         As três grandes construções:
o   A Igreja de Santa Sofia;
Representava a religião. Como a religião era muito presente nos bizantinos, eles tinham o costume de ir a igreja, e na igreja também as crianças eram alfabetizadas. A Igreja de Santa Sofia é a mais famosa do Império.
o   Hipódromo;
Representava o povo. O Hipódromo era o local onde ocorriam as corridas de cavalos e de biga. Além de lugar de entretenimento, também era o centro da vida social e onde alianças e estratégias políticas eram traçadas.
o   Palácio Imperial;
Representava o poder do governo. Serviu como residência principal dos imperadores bizantinos, servindo como centro da administração imperial durante aproximadamente 800 anos.

·         O casamento;
O casamento dos nobres constituía um ato diplomático. Damas da sociedade eram enviadas a reinos estrangeiros distantes para desposar e “civilizar” nobres ricos e poderosos, ou seja, levar até ele a cultura helenística. A idade para casamento era fixada em doze anos para as meninas e catorze para os meninos. Alguns autores relatam que para o casamento de um imperador, o processo era diferente. Era tradição que um grupo de funcionários reais saísse à procura de uma noive por todo o território do Império. As candidatas deveriam ser muito bonitas, discretas e possuírem as medidas do busto, da cintura e dos pés de acordo com o gosto do rei.

·         Vestuário
Os bizantinos da classe alta vestiam túnicas bem decoradas. Tais túnicas eram feitas de seda e fiapos de ouro, e usavam pérolas e pedras preciosas como decorações. Pessoas de classes mais baixas vestiam túnicas simples. Os imperadores e pessoas da corte usavam também um tipo de manta sobre suas túnicas. Posteriormente, o imperador e a imperatriz passaram a usar um longo tecido em volta dos seus pescoços, como um cachecol, e nobres passaram a usar longas e firmes meia-calças. O tablion (pedaço de pano em forma de losango pregado sobre a roupa) na cor púrpura é outro sinal de que essas pessoas eram altos funcionários. Os sapatos brancos e pretos compunham o uniforme dos dignatários. Eram entregues pelo próprio imperador juntamente com o certificado de nomeação para o cargo. Pessoas de classes inferiores vestiam túnicas simples e mantos retangulares. Posterior e lentamente, tais foram substituídas por roupas feitas de acordo com as medidas de cada pessoa. A túnica das mulheres desenvolveu-se num vestido que era firmemente atado na parte superior do corpo. Os homens passaram a usar mangas por baixo de suas túnicas e meias. As mulheres ostentavam turbantes e chapéus pontudos, revestidos de peles de animais. Também apreciavam jóias e os cosméticos. Os homens usavam barba, sendo que muitos deles consideravam o ato de barbear-se um costume vulgar dos ocidentais.

·         Alimentação
O consumo de alimentos foi baseado em torno da classe social. O palácio imperial foi uma metrópole de temperos e receitas exóticas; convidados foram brindados com frutas, bolos de mel e doces xaroposos. A alimentação das pessoas comuns foi mais conservadora. A dieta principal era composta de pães, legumes, leguminosas, cereais preparados de formas variadas. Salada era muito popular. Produziam diversos tipos de queijo e faziam a famosa omelete. Eles também apreciavam mariscos e peixes, de água doce e água salgada. Cada família também mantinha um estoque de aves na copeira. Eles também consumiam outros tipos de carne que eles caçavam. Os cidadãos abatiam os suínos no inicio do inverno, e forneciam para suas famílias linguiça, carne de porco, sal e banha de porco para o ano. Apenas as classes mais abastadas comiam cordeiro. Eles raramente comiam bovinos por os utilizavam para cultivar os campos.

·         Os segmentos mais pobres vivam melhor que os de outras sociedades cristãs da época;
Mesmo as camadas mais humildes de Constantinopla eram servidas por água abundante e canalizada. A cidade despunha de banhos públicos, acessíveis para homens e mulheres em horários diferentes, e o governo e a igreja proporcionavam cuidados médicos e hospitalares para aqueles que não podiam pagar. 

RELIGIÃO
No Império Bizantino, o cristianismo era a religião oficial e obrigatória. A Igreja Cristã Ortodoxa exercia influência sobre diversos setores da sociedade, e a religião fundamentava o poder imperial. Ela absorvia, ainda, boa parte dos recursos econômicos e procurava estar presente no cotidiano das pessoas, do nascimento à morte.
A Igreja Ortodoxa resultou de um progressivo distanciamento da Igreja sediada em Roma. Conflitos de interesses políticos e econômicos entre o papado e o Estado bizantino, aliados ao aparecimento de correntes religiosas que questionavam pontos de doutrinas católicos e autoridade do papa, aprofundaram as diferenças entre a Igreja do Oriente e a Igreja de Roma.
O papa, estabelecido em Roma, resistia às tentativas de domínio do imperador bizantino, e os bizantinos não queriam aceitar o “bispo de Roma” como o chefe de todos os cristãos. Além disso, havia diferenças quanto à doutrina a as praticas religiosas. As divergências crescentes acabaram se transformando em discussões que deram margem ao surgimento de novas doutrinas declaradas heréticas pela Igreja estabelecida.
Uma das heresias de maior impacto foi o monofisismo, que se baseia na idéia Cristo possuía unicamente a natureza divina, em contraposição à teoria católica que admite a coexistência das naturezas humana e divina de Cristo. Outro fato considerado heresia pelos cristãos de Roma foi a ação dos iconoclastas, indivíduos que criticavam a idolatria ou a adoração de imagens religiosas.
O resultado dessas controvérsias foi a separação definitiva, em 1054, entre a Igreja sediada em Roma e a Igreja de Constantinopla. Essa divisão ficou conhecida como Cisma do Oriente e perdura até os dias de hoje.

EXPANSÃO TERRITORIAL
Na tentativa de reconstruir o antigo Império Romano, Justiniano empreendeu diversas guerras de conquista. Primeiro assegurou a paz com os Persas, tradicionais inimigos, e conteve o avanço Búlgaro nos Bálcãs. Depois iniciou guerras de conquista no Ocidente.


A reconquista da Península Itálica, dominada havia muito tempo pelos ostrogodos foi mais difícil. Justiniano teve que se impor por meio dos exércitos de Belisário e constituir o Exarcado (Governo militar que abrangia também funções civis) de Ravena, que se tornou a sede do domínio bizantino na Península Itálica. Depois os bizantinos conquistaram parte da Península Ibérica aos visigodos.
Os lombardos, povos germânicos que Justiniano tinha estabelecido na Panônia, ocuparam o norte da Península Itálica. Os territórios bizantinos da África e da Península Ibérica cairam nas mãos dos árabes que anexaram também o Egito, a Palestina, a Síria e a Mesopotâmia. Com isso o Império Bizantino ficou bastante reduzido.

A REVOLTA DE NIKA
Os gastos com as campanhas militares nas guerras de conquista obrigaram Justiniano a elevar os impostos. Esse fato fez explodir a Revolta de Nika (da palavra grega Nike, vitória) no hipódromo da cidade de Constantinopla. A revolta chegou a ameaçar o trono. A princípio, Justiniano os atendeu e a revolta foi controlada; mas logo depois um enfrentamento entre o governo e os revoltosos tornou-se violento. O imperador retirou-se para o palácio. Do hipódromo, o conflito ganhou as ruas da cidade e adquiriu caráter de rebelião contra o imperador. A primeira reação de Justiniano durante a revolta popular foi fugir de Bizâncio. Acredita-se que quem o impediu foi sua mulher, a imperatriz Teodora. A firmeza da Imperatriz e a intervenção do general Belisário salvaram Justiniano. Tropas imperiais foram reunidas para reprimir a revolta, que resultou na morte de quase 35 mil pessoas.
Veja alguns argumentos que ela teria utilizado para convencer o marido a não fugir de Bizâncio:
"Acho que agora mais do que nunca a fuga é desaconselhável, mesmo que traga segurança. Uma vez que nasce, é também inevitável que o homem tenha de morrer. Mas, para um imperador, tornar-se um fugitivo é uma coisa intolerável [...]. Se desejais fugir para um lugar seguro, Imperador, isto facilmente se faz [...]. Eis aí o mar, aqui estão os navios. Mas quanto a mim, fico com a velha máxima que diz que a realeza é uma excelente mortalha."

DECADÊNCIA DO IMPÉRIO BIZANTINO
A notícia da morte de Justiniano foi recebida com grande contentamento pela população de Constantinopla, cansada de seu autoritarismo e dos impostos excessivos. A ausência do imperador, entretanto, não pôs fim aos problemas. Árabes e Búlgaros intensificaram as tentativas de entrar no Império.
Os sucessores de Justiniano mostraram-se incapazes de sustentar sua herança. Além das dissensões religiosas, os conflitos políticos e os golpes palacianos dilaceravam o Império. As conquistas ocidentais foram aos poucos abandonadas. A corrupção administrativa grassava; o caos econômico ameaçava instalar-se.
Heráclio (610-641) foi o último grande imperador bizantino. Quando ascendeu ao poder, os persas haviam invadido a Síria, capturado Jerusalém e conquistado o Egito, comprometendo as rotas comerciais e as fontes de suprimentos dos bizantinos. Heráclio assumiu a ofensiva e retomou as áreas perdidas, empurrando o inimigo para trás do rio Eufrates.
Depois de Heráclio, o Império Bizantino iria viver uma longa agonia. No século VII, a expansão árabe sacudiu o Oriente Médio, com o pavilhão do Crescente submetendo as regiões compreendidas desde a Pérsia até ao Estreito de Gibraltar. A Palestina, a Síria e a África do Norte foram definitivamente perdidas. Enquanto isso, as migrações eslavas provocavam turbulências nos Bálcãs e os búlgaros estabeleceram-se ao sul do Danúbio.
Os séculos seguintes assistiram à luta de Constantinopla para sobreviver. Búlgaros, árabes, turcos seldjúcidas e mongóis encarniçaram-se contra o Império em crise, mas’ cuja capital ainda conservava uma incrível vitalidade econômica. Em 1204, os cavaleiros da Quarta Cruzada saquearam a cidade e fundaram um efêmero Império Latino do Oriente. Mas o Império Bizantino ainda conseguiu superar mais essa vicissitude, embora cada vez mais debilitado.
O fim veio em 1453, quando os turcos otomanos, dirigidos pelo sultão Maomé II, finalmente conquistaram a legendária Bizâncio. O último imperador, Constantino XII, pereceu enfrentando o inimigo. 

COTIDIANO EM ROMA

O poder da riqueza:  A sociedade romana foi dividida  pelo imperador Otávio Augusto em  classes, as ordens, baseadas na riqueza de seus participantes. A mais elevada delas era a ordem senatorial, que exigia de seus participantes a renda de 1 milhão de sestércios, moeda romana daquela época. Depois, seguia-se com a ordem eqüestre, com 400 mil sestércios de renda; depois vinham os clientes, libertos e os escravos. Os libertos tornam-se, ainda, muito numerosos e ricos, a classe mais dinâmica do império. Na fase final do império, os títulos destinados às classes sociais elevadas retratava a influencia que lhes era atribuída. Aos membros da família imperial era reservado o título de nobilissimi; à ordem senatorial, os nomes de illustres, clarissimi e spectabiles, e as membros da ordem eqüestre, eram conhecidos como perfectissimi e egregii. 

A população comospolita na Roma antiga: O afluxo de estrangeiros em Roma, vindos da cidade não apenas na condição de escravos, mas também como homens livres, deu à sociedade um caráter cosmopolita, por indivíduos originários de vários países e lugares. Como resultado a cultura romana passou a ser uma cultura internacional. O direito a cidadania, foi aos poucos sendo atribuída a um maior número de habitantes. Em 212 d.C., o imperador Caracala estendeu o direito de cidadania a todos os habitantes do Império Romano. A medida tinha motivos econômicos: o imperador pretendia, colocando-a em prática, aumentar a arrecadação de impostos. Porém, ele teve um resultado indireto, pois essa medida contribuiu para a coesão do império, que na época passava por uma crise difícil. A escravidão sobreviveu ao longo da história de Roma. A possibilidade da alforria e da libertação foi a porta aberta para que os escravos, em duas gerações, obtivessem condições de acesso à cidadania.

LAZER NA VIDA ROMANA
O circo romano: Os circos que conhecemos hoje em dia, pouco tem em comum com o circo que conhecemos hoje, além do nome.  O maior e mais antigo era o Circo Máximo chegou a comportar 480 mil espectadores. Sua edificação deve ter atingido 640 metros de comprimento por 190 de largura. A entrada nos circos era gratuita. Para evitar desordens um pelotão (coorte) de soldados mantinha a ordem do recinto. Nos circos, os espetáculos incluíam corridas de carros e de cavalos, apresentação de acrobatas, palhaços e bandas e os combates.
Os combates entre feras, como também entre gladiadores, era uma antiga tradição romana, que passou a ser comum a partir da época das Guerras Púnicas, no período republicano.  Era de costume, também, colocar na arena lutadores mal-armados para enfrentar feras enlouquecidas de fome. As lutas entre gladiadores eram uma tradição etrusca herdada pelos romanos. Os gladiadores usavam couraças peitorais e empunhavam o gládio, uma espada muito curta. Já os reciários combatiam armados com um tridente, um punhal e uma rede. Aqueles que conseguiam grande sucesso nas lutas podiam conquistar a liberdade. Os que morriam na arena tinham seu corpo arrastado durante os intervalos dos combates, seus corpos eram deixados em um depósito para mais tarde serem atirados na fossa. O cristianismo foi o responsável pelo encerramento daquela tradição de violência e brutalidade que marcou a história de Roma.

Os anfiteatros: Os anfiteatros apresentavam geralmente forma elíptica para poderem acomodar maior número de espectadores. O mais antigo anfiteatro dói o de Pompéia na Itália. Em muitas cidades do império edificaram-se anfiteatros, chegando a existir, somente na Itália, 85 deles. O Coliseu o que ainda sobrevive, embora em ruínas. Foi edificado onde antes correspondia um lago artificial construído por Nero. Concluído por Tido, em 8 d.C., foi inaugurado com 100 dias de jogos, nos quais 5 mil feras morreram, além de um homem ser despedaçado por um urso. Suas instalações podiam acomodar 50 mil espectadores ou mais. Nele também se realizavam naumaquias, apresentações nas quais se enchia a arena de água  para realização de simulações de combates navais.

Os teatros: Os primeiros teatros de Roma eram feitos de madeira e desmontados depois do espetáculo; posteriormente eles passaram a ser construídos de pedra. As primeiras peças teatrais escritas por Plauto, Lívio Andrônico e Plúbio Terêncio Afer, que adaptaram obras gregas ao gosto popular. Mas tarde foram tomando caráter próprio, alcançando os mimos (espetáculos teatrais que mostravam cenas baseadas nos costumes romanos da época). Os espetáculos aconteciam durante o dia. Só excepcionalmente havia sessões noturnas, realizadas à luz de tochas. O maior e mais importante teatro de Roma, foi criado por César e concluído por Augusto (em 17d.C.). Em suas instalações era possível acomodar 14 mil e 20 mil espectadores. As primeiras filas ficavam reservadas aos magistrados e senadores. Os escravos não podiam ocupar assentos, e as mulheres eram obrigadas a ficar nas últimas filas. Embora os romanos apreciassem muito as comédias, a violência também estava presente em seus espetáculos teatrais. Em cenas nas quais um personagem devia morrer, muitas vezes eram colocadas em cena pessoas condenadas a morte, para serem realmente executadas diante do público. Era proibida a participação feminina nas peças. Os papéis femininos eram feitos por escravos.


As termas: Como nem todas as casas eram beneficiadas com água corrente, os banhos públicos sempre foram locais concorridos pelos romanos. As termas foram uma criação original dos romanos. Eram edifícios destinados a receber milhares de pessoas. Elas começavam a funcionar ao meio-dia, horário em que o comércio fechava para almoço. A decoração das termas eram luxuosas e suas instalações tinham o máximo de conforto. Entre as instalações das termas, encontravam-se terraços, jardins, bibliotecas, além de vestuários e locais destinados para os banhos. Algumas salas de banho eram: o frigidarium, local de banhos frios. O tepidarium, lugar onde o banho era morno; e o caldarium, uma sala com ar aquecido. Para obter aquecimento os romanos desenvolveram uma técnica de canalização do ar quente, que percorria pelas paredes e pelo piso por meio de tubos de argila ou chumbo. A sala principal das termas de Caracala media 56 por 27 metros, a área total cobria algo mais do que 80 mil metros quadrados. No meio da multidão que freqüentava as termas, encontravam-se vendedores de pastéis, salsichas e bebidas. As termas chegaram a ser o principal centro social romano.

Alta Idade Média

Todo este material foi tirado de sites confiáveis, e resumos feitos por nós. E compactado em um único texto!!!!!!!

ALTA IDADE MÉDIA
            O início da Alta Idade Média se caracteriza em um período que está ligado aos movimentos migratórios dos séculos II e III. E nos século IV e V, é marcado pelas invasões bárbaras no território do Império Romano e a consolidação do sistema econômico feudal.
            Bárbaro, na visão dos romanos, era todo povo que tinha uma cultura diferente da greco-romana. A maioria dos invasores bárbaros era de origem germânica onde não tinham uma comunidade estruturada pelo Estado; viviam em grupos tribais constituídos pela família.
            A invasão bárbara, que antes tinha se caracterizado como um processo pacífico começou a ficar violento a partir do século IV. O momento era vantajoso para que os bárbaros concluíssem seus objetivos com êxito:
  • A população germânica estava crescendo imensamente, de forma que o espaço geográfico ocupado por eles estava ficando pequeno demais;
  • Eles queriam achar terras férteis para poderem expandir a agricultura e se sentiram atraídos pelo território romano;
  • O Exército Romano estava enfraquecido por falta de uma organização militar mais efetiva.
            Por volta do século V, o Império Romano Ocidental enfrentava uma grave crise. A economia havia perdido parte do seu dinamismo, limitando-se ao comércio de luxo, o que gerou uma revira volta, pôs a atividade econômica começou a girar cada vez mais em torno da vida rural. A crise favoreceu a invasão do império por diversos povos, sobretudo os de origem germânica. Povos como: Vândalos, Ostrogodos, Visigodos, Anglo-Saxões e Francos.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
            Os povos germânicos possuíam culturas distintas, porém tinham entre si na organização social, política e econômica.

            Os romanos, por desprezarem a cultura desses povos, os chamavam de bárbaros. Ao contrário do julgamento da cultura romana, os bárbaros eram constituídos por uma grande diversidade de povos dotados dos mais diferentes costumes. Ao invadirem os domínios romanos, os povos bárbaros transformaram e, ao mesmo tempo, criaram novas instituições políticas, econômicas e culturais.

            Sob o aspecto econômico, os germânicos adotavam as trocas naturais e o uso coletivo da terra. Tal característica enfraqueceu as intensas relações comerciais desenvolvidas durante o Império Romano. A economia estava voltada na agricultura e na pecuária. Tais atividades eram desempenhadas basicamente pelo grupo familiar. A metalurgia ocupou papel importante na sociedade germânica, a importância da guerra refletiu-se na fabricação de armas e carros de combate e barcos bastante eficientes.

            Sem dominar grandes técnicas de cultivo agrícola, os bárbaros faziam um uso itinerante das terras, utilizando-as até o total esgotamento da mesma. Mulheres e escravos eram responsáveis pelo cultivo e o pastoreio. Sem desenvolver uma luxuosa cultura material, os germânicos usavam roupas feitas a partir da pele dos animais e residiam em cabanas rústicas.

            Os povos germânicos tinham uma organização social patriarcal. O homem ocupava o posto de chefe familiar responsável pelas principias decisões referentes à casa, aos conflitos e as terras. Sem contar com bases políticas centralizadas, as tribos germânicas desfrutavam de grande autonomia política. Apenas em determinadas ocasiões, como durante uma guerra, que as tribos selavam acordos entre si.
            Do ponto de vista religioso, os germânicos eram animistas: acreditavam nas forças da natureza. Adoravam deuses como: Odin ou Votan, deus da guerra, acreditavam num paraíso, o volhalla, onde virgens guerreiras, as valquirias, entretiam os guerreiros.

Principais Povos Germânicos:

VÂNDALOS (429 - 534 d.C)
           
            Os Vândalos foram um povo de origem germânica, naturais da Escandinávia. Algumas incertezas que impedem de afirmar qual era a terra natal de tal povo, porém uma corrente de pesquisadores acredita que o território de origem seria o que hoje chamamos de Noruega. Este argumento fundamenta-se na similaridade do nome da tribo com outros nomes da mesma região.
            Em meio ao processe de migração, os Vândalos chegaram até três regiões que foram significativas para a sua história. Ao longo da marcha para o oeste, os Vândalos atingiram a margem do Danúbio e alcançaram o rio Reno, onde entraram em combate com os francos. Aproximadamente vinte mil vândalos morreram no choque entre esses dois povos, sendo que os francos só foram derrotados quando os Alanos entraram no combate para auxiliar os vândalos. Com o caminho aberto, atravessaram o rio Reno e invadiram a região da Gália saqueando e pilhando o que estava pelo caminho.
            Outra região muito marcante na história dos Vândalos foi a Península Ibérica. Esta foi penetrada por tal povo no ano 409 e no local receberam terras dadas pelos romanos. Os Vândalos tiveram um confronto com os Suevos no qual saíram derrotados.
            Outra localidade característica dos Vândalos foi o norte do continente africano. Através da construção de uma esquadra naval, eles cruzaram o estreito de Gibraltar  e atingiram Cartago, que caiu ao domínio dos Vândalos. A união com os Alanos gerou um poderoso reino que foi capaz de conquistar a Sicília, a Sardenha, a Córsega e as Ilhas Baleares.
            Divergências políticas e religiosas levaram o Reino dos Vândalos à decadência, sendo dominado pelo Império Bizantino em 534 d.C.

OSTROGODOS (493 - 553 d.C)
Os Ostrogodos se estabeleceram na península Itálica, em 493 d.C. Sob a direção do comandante Teodorico e o apoio do imperador Bizantino, estabeleceram um reino. Procurando formar um reino duradouro, mantiveram a estrutura administrativa dos romanos e estimularam a agricultura e o comércio.
            Porém a mistura entre os dois povos e a oposição religiosa entre os Ostrogodos (arianos) e romanos (cristãos). Em 553, o território foi tomado pelos bizantinos.

VISIGODOS (419 – 711 d.C)
            Em 419, os Visigodos formaram seu reino no sul da Gália e na península Ibérica. Os Visigodos são um povo originário de uma divisão entre os Godos.
            Os Godos são um povo germânico de origem Escandinava que surgiu em torno do ano 200. Em pouco tempo migraram para o sul e atacaram o Império Romano e a Grécia. Em conseqüência do ataque feito aos romanos, foram respondidos com severidade e se refugiarem na margem esquerda do Danúbio. Foi neste local que os Godos enfrentaram uma divisão interna e dividiram-se então em Visigodos e Ostrogodos.
            Os Visigodos são originários do leste europeu. Considerados povos bárbaros pelos romanos, os Visigodos entraram em conflito com o Império de Roma em algumas ocasiões. Mas apesar dos atritos, os Visigodos absorveram muitas características dos romanos. Os Visigodos percorreram um caminho na Europa que começou nos Bálcãs por volta do século IV e, logo após, avançaram pela Itália. Na ocasião da ameaça dos Hunos, os Visigodos foram ajudados pelos romanos, momento em que houve grande contato entre as culturas. Em retribuição, os Visigodos prestaram grandes ajudas aos romanos, mas o pacto de passividade foi quebrado e os povos considerados bárbaros atacaram Roma novamente.
            No século VIII, por fim, acabaram enfrentando movimentos de resistência e invasões que levaram ao fim da monarquia visigótica que havia sido estabelecida na Península Ibérica. A invasão muçulmana foi o principal fator para enfraquecer os Visigodos na região e encerrar seu reinado.
            Aliados aos romanos, os Visigodos eram encarregados de proteger Região. Ao enfrentar diversos conflitos, seus domínios acabaram reduzindo, controlados por Suevos e Bizantinos.

ANGLO-SAXÕES (450 – 1035 d.C)
            Com a invasão da Europa Ocidental pelos Visigodos, as tropas romanas se retiram e se aliaram aos Anglo-Saxões e Jutos. Dessa união, surgiram sete reinos, chamados de Heptarquia Juto-Anglo-Saxônica.

IMPÉRIO CAROLÍNGIO
            A maioria dos reinos bárbaros formados a partir da destruição do Império Romano do Ocidente teve vida curta. Saxões, visigodos, ostrogodos alamanos, burgúndios e outros povos não resistiram às pressões externas e acabaram dominados ou destruídos. A diferença dos Francos para os outros povos bárbaros foi  justamente a sólida estrutura política que ajudou na expansão.
Dinastia dos Reis Merovíngios (século V a VIII) - período da formação do reino franco, das suas primeiras expansões territoriais e da aliança estabelecida entre o rei e a Igreja Católica Romana.
Dinastia dos Reis Carolíngios (século VIII e IX) - período do apogeu dos francos, da sua máxima expansão territorial e da tentativa de se fazer ressurgir, sob o governo dos francos, a autoridade de um império universal.
Na segunda onda invasora dos povos germânicos esse quadro começou a mudar, integrado pelos francos, anglo-saxões e lombardos. Esses grupos conquistaram, respectivamente, a Gália, a Inglaterra e o norte da Itália, territórios por onde se expandiram. Esses novos invasores germânicos haviam sofrido pouca ou nenhuma influência romana.
Essa segunda onda ainda diferenciou-se da anterior em outro aspecto: os invasores não negociaram nada, simplesmente tomaram as terras.
De todos os povos bárbaros germânicos, os francos merecem especial atenção, pois conseguiram estruturar um poderoso Estado de grande significação na Alta Idade Média européia. Esse Estado franco formou-se e expandiu-se sob o governo de duas dinastias:

Os Merovíngios
Meroveu foi líder dos francos na primeira metade do século V, chefiando seu povo na luta contra os hunos (Batalha dos Campos Catatônicos). Por descender de Meroveu, a primeira dinastia dos reis francos é denominada merovíngio.
Em termos efetivos, o primeiro rei merovíngio foi Clovis (neto de Meroveu), que governou durante vinte nove anos (482-511). Clovis conseguiu promover a unificação dos francos, expandiu seus domínios territoriais e converteu-se ao cristianismo católico.
Só com a subida de Carlos Martel (714-741), o reino adquiriu grande prestigio e poder, principalmente depois de conseguir deter o avanço dos árabes muçulmanos em direção à Europa Ocidental.
Foi na famosa Batalha de Poitiers, em 732 contra os mulçumanos que ele Interrompeu o seu avanço em direção à Europa, Carlos Martel ficou conhecido como o salvador da cristandade ocidental.
Em 747 Carlomano, filho de Carlos Martel,  entrou para a vida monástica, deixando para Pepino todos os poderes políticos deixados pelo pai. Em 751, Pepino destronou o último e enfraquecido rei merovíngio, Childerico III, e fundou a dinastia carolíngia.
Durante o período merovíngio, o processo de ruralização da economia, originado no Baixo Império romano, fortaleceu-se devido à decadência do artesanato, à destruição de estradas e à escassez de moeda.
Conseqüentemente, o comércio e as cidades entraram em declínio. As atividades econômicas reduziram se à agricultura, e a única forma de riqueza era a terra. No final do século VII e início do VIII, período em que Carlos Martel defendia heroicamente a Gália dos ataques árabes, estes já haviam conquistado o Mediterrâneo, impossibilitando que outros povos navegassem pelo litoral dos reinos bárbaros.


Os Carolíngios
Pepino, o Breve, obteve o reconhecimento do papa Zacarias para o destronamento do último rei merovíngio, que se recolheu a um mosteiro.
Antes de morrer, 768, Pepino dividiu reino entre seus dois filhos: Carlos Magno e Carlomano. Porém, três anos após receber sua parte no reino (771), Carlomano morreu e Carlos Magno tornou-se soberano absoluto do reino franco. Através de diversas guerras como: 
» 773 - derrotou os lombardos anexando em seu território o norte da Itália.
» 778 – estabeleceu uma posse franca na Espanha.
» 804 – submeteu os saxões que havia no norte do seu reinado.
Carlos Magno ampliou os domínios dos francos, apoderando-se de regiões como a Saxônia, Baviera, Lombardia e quase toda a Itália. Suas conquistas trouxeram-lhe prestígio e poder.
O império Franco não tinha capital fixa. Sua sede dependia do lugar onde se encontrava o imperador e sua corte. De modo geral, Carlos Magno permanecia por maior tempo na cidade de Aquisgrã.
Para administrar um império tão grande, Carlos Magno estabeleceu muitas normas escritas, as chamadas capitulares, que funcionavam como leis.
 Entre os administradores estavam:
 » Condes: responsáveis pelo cumprimento das capitulares e pela cobrança de impostos dos condados, ou seja, territórios do interior;
 » Marqueses: cuidavam cabia defender e administrar os territórios situados na fronteira do império, ou seja, das marcas.
 » Missi-dominici: inspetores do rei, que  viajavam por todo o reino para fiscalizar a atividade dos administradores locais.
Guerreiro audacioso, Carlos Magno dedicou-se, durante toda a vida, muito à espada do que ao cultivo do espírito, permanecendo analfabeto praticamente até a idade adulta. Entretanto, na qualidade de administrador, preocupou-se em promover o desenvolvimento cultural do Império Franco, talvez para dar legitimidade à pretendida recriação do Império Romano Ocidental.
Assim, o período de seu governo foi marcado por significativa atividade cultural, que abrangeu os setores das letras, das artes e da educação. Trata-se da chamada renascença carolíngia, que contribuiu para a preservação e a transmissão de valores da cultura da Antiguidade Clássica.
Em 840, o império foi disputado elos netos de Carlos Magno, numa desgastante guerra civil.
Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843, os netos  firmaram a paz, estabelecendo a seguinte divisão do Império Franco:
Carlos II, o Calvo, ficou com a parte ocidental, compreendendo a região da Franca atual;
Luís, o Germânico, ficou com a parte oriental, compreendendo a região da Alemanha atual;
Lotário ficou com a Parte central, compreendendo regiões que estendiam da Itália até o mar do Norte.

Em cada uma dessas regiões carolíngias foi perdendo o poder, com as sucessivas divisões internas dos reinos. Assim, a ora de unidade política realizada por Carlos Magno não conseguiu sobreviver um século depois de sua morte.

O desmembramento do poder real dos monarcas carolíngios foi acompanhado pela crescente independência e autonomia da nobreza agrária. Houve forte descentralização e fragmentação do poder político, evidenciando a crise interna vivida pelo império.

Depois de um período sem invasões, a Europa cristianizada sofreu uma série de novas invasões, nos século IX e X, em três grandes frentes: leste, norte e sul.

Do leste vieram os húngaros (magiares), que promoveram ataques periódicos, saqueando vilas, mosteiros e propriedades rurais.

Do norte ocorreu a invasão dos vikings (escandinavos), que, vindos da Dinamarca pelo mar do Norte, lançaram-se em constantes ataques de pirataria locais do litoral europeu.
Pelo sul chegaram os árabes, de religião muçulmanos, que, dominando a navegação pelo mar, Mediterrâneos lançaram-se em sucessivos ataques de pilhagem e diversas regiões da Itália (Roma, Campânia e Lácio) e as grandes ilhas (Sicília, Córsega e Sardenha).
E assim mais um império desaparece, deixando para as gerações seguintes sua cultura e personagens importantes para serem estudados e assim lembrados mais uma vez.